terça-feira, 13 de novembro de 2007

UM REGIONALIZTA CONVICTO

Hoje, muitos falam da regionalização e da necessidade urgente de se passar das palavras á acção. Ainda bem que depois de todos estes anos os cépticos de então, reconhecem finalmente, que esse “monstro” já há muito devia andar por aí.
Sempre acreditei que Portugal iria, mais tarde ou mais cedo, reparar no erro que cometeu, ao acreditar nos profetas da desgraça. Nos que agora tanto a desejam, mas que angelicamente tentam disfarçar, assobiando para o lado, como nada tivesse passado por eles.
Hoje, penso que pouco ou nada irá interferir com o desejo e com a necessidade do povo nas suas regiões, se sentirem não só, ” verdadeiramente livres”, mas também pró-activos na construção plena, das zonas onde nasceram e cresceram, onde já têm sementes, onde vivem , trabalham e também investem.
É com este sentido de comunidade global ,que uma região, outra, outra e outra...., embora sendo diferentes, mas que não deixam de ser iguais, nos seus anseios e objectivos, se devem juntar e lutar para que a regionalização lhes proporcione a tão desejada mas sempre adiada , autonomia.
Para a conseguir, a meu ver, é necessário que a sua “soberania” se torne efectiva e ao mesmo tempo exigente e criteriosa na divisão dos poderes, que lhes vão ser distribuídos, princípios fundamentais para o seu equilíbrio, no contexto do todo nacional. Só assim é que a regionalização se torna decisiva, para o desenvolvimento harmonioso das zonas que em conjunto nela venham a ser integradas.
Mas para que este objectivo seja alcançado em pleno, há que exigir desde já aos Deputados e aos Autarcas que se empenhem no processo de criação, de direito e de facto, das Regiões Administrativas.
As assimetrias regionais manifestam de forma clara que o crescimento económico do país tem sido feito, até hoje, de uma forma desequilibrada e totalmente à margem dos interesses das populações.
Não sei se o socialismo moderno, aceita a luta pela regionalização como sendo um direito para. contrariar a tendência autocrática do Poder Central, que se arroga, hoje com mais evidência, de possuir o monopólio da vontade política. Por isso, regionalizar, é também lutar pelo pluralismo na organização do Estado. Na verdade, sem a autonomia regional e local, a regionalização não tem qualquer sentido, uma vez que todos os laços comunitários historicamente determinados, simplesmente desaparecem.
E é aqui, que o papel dos autarcas é preponderante, uma vez que emanando directamente das populações, devem fazer da sua administração uma escola do exercício da cidadania, porque é a este nível que a organização está mais próxima das pessoas (o chamado povo) que eles representam.
Não sei se o PS está preparado, melhor dizendo “ liberto”, para definir para as regiões, se é que as vai haver, uma estratégia política, que as deixe gerar riqueza e bem-estar, exigindo que esta tarefa seja tratada só e apenas por especialistas, deixando de fora as populações, não as envolvendo na preparação do seu futuro, logo sem poderem participar directamente nos destinos da região, que querem construir.
É evidente que nesta construção não podem deixar de ser ouvidos empresários, sindicatos, movimentos ecologistas, de defesa do consumidor, associações cívicas e outras que, das mais variadas formas traduzam o querer e o sentir das populações.

Como socialista militante entendo que, para a REGIONALIZAÇÃO ser verdadeira, é necessário que o partido permita que os deputados eleitos por essas regiões, possam debater e aprofundar os problemas que surjam e equacionem estratégias que forcem o poder central a dar respostas ajustadas às aspirações da Região.
Coelho dos Santos

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